É notável que nos últimos anos a Tecnologia da Informação (TI) vem ganhando destaque nas organizações, nos fóruns sobre tendências de mercado e no meio acadêmico. Este movimento sinaliza um foco no desenvolvimento e aprimoramento da estrutura da TI e nas boas práticas de gestão desta área.
Reflexo disso são as discussões que trazem como tema central o protagonismo da TI, considerando não só Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e Transformação Digital, por exemplo, mas também discutindo e buscando amadurecer internamente a Governança para sustentar o crescimento orgânico da TI Bimodal.
Esta análise interna pode ser observada na Administração Pública Federal (APF) por meio dos levantamentos de Governança de Tecnologia da Informação realizados desde 2011 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e desde 2007 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), conhecidos como iGovTIC e iGovTI, respectivamente.
Os levantamentos citados acima foram aprimorados entre 2010 e 2015 de forma a abordar as dimensões referentes a Políticas, Planejamento, Processos, Gestão de Pessoas, Riscos, Infraestrutura Tecnológica e Sistemas. Ou seja, um panorama geral sobre a situação da TI dentro dos órgãos da APF classificando a maturidade em Governança de TI nos seguintes níveis: Inicial, Básico, Satisfatório, Intermediário, Aprimorado e Excelência.
É possível perceber um avanço do nível de maturidade dos órgãos no decorrer das pesquisas, como demonstrado nos gráficos a seguir:
Fonte: Tribunal de Contas da União – Perfil de Governança de TI (2010 e 2014).
Fonte: Conselho Nacional de Justiça – Resultado dos questionários de TIC (2015 e 2017).
Em ambos os gráficos identificamos uma melhora na maturidade de Governança de TI dos órgãos entrevistados.
Mas fica a pergunta: como isso foi realizado?
Caso de Sucesso
Entre 2016 e 2017, a Bridge atuou em um projeto com foco na melhoria da Governança de TI em um dos órgãos auditados pelo CNJ, cujo primeiro resultado do nível de maturidade em Governança de TI foi 43 (satisfatório) e ao final do projeto 72 (aprimorado). Neste período foi realizado um trabalho em conjunto com a Secretaria de Tecnologia da Informação para:
Para identificação do estado atual de maturidade e elaboração dos planos de ação, foram utilizados como referência o ITIL® 2011 e a ISO 20.000. Foram considerados o estágio atual de adoção para cada item do questionário (“Não adota”, “Iniciou o plano para adotar”, “Adota parcialmente”, “Adota integralmente”) e as atividades necessárias para aumentar o nível de adoção, tendo como base a capacidade da Secretaria de TI.
O processo de monitoramento foi estruturado de forma que, a cada requisito com o nível de adoção elevado, fosse possível acompanhar o aumento de maturidade por dimensão analisada. Nesta estruturação, o Cobit® 5 foi a referência utilizada para alinhar os componentes de Governança com o Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI). Isso possibilitou que indicadores fossem centralizados na Diretoria de Governança de TI e sinalizassem o avanço dos objetivos estratégicos e a meta de crescimento do nível de maturidade em Governança de TI.
Reforçando o processo de melhoria contínua da Governança de TI, a Secretaria de TI possui agora um roadmap de planos de ação bianuais (2017 – 2018) elaborados em conjunto com a Bridge. Este roadmap tem como objetivo orientar a execução orçamentária e estratégica das diretorias, proporcionando uma evolução sustentável e o atingimento do nível de maturidade “Excelência” da Governança de TI do órgão atendido.
Andréa Vaz atua como consultora em projetos de Governança de TI pela Bridge Consulting. É bacharel em Administração pela PUC-SP, pós-graduada em Gestão de Projetos pela Mackenzie e certificada em Gerenciamento de Serviços de TI (ITIL®).