A digitalização de negócios ainda é um dos principais temas discutidos nas organizações como forma de diferenciação competitiva. Sua aplicação vai desde a utilização de tecnologias para melhoria de performance dos processos até a transformação completa do negócio com soluções digitais.
Somado a esse cenário, em contextos de crise, a transformação digital e a digitalização têm sido ainda mais impulsionadas como uma questão de sobrevivência para muitas empresas. Diminuir a dependência de determinadas atividades serem realizadas somente por humanos, gerar mobilidade e adaptar a forma como os negócios são feitos tornaram-se temas prioritários para as empresas diante do contexto vivenciado atualmente.
Nesse sentido, em linha às previsões apresentadas pelo Gartner (Gartner Top 10 Strategic Technology Trends for 2020, 2019) reforçamos que o uso de tecnologias combinadas para a digitalização dos negócios será um dos principais caminhos para alavancar o retorno esperado com os investimentos em automação.
Esse desafio de orquestrar diversas tecnologias para, de maneira combinada, atingir novos patamares de eficácia no processo de digitalização é introduzido por um novo conceito conhecido como hiperautomação.
O que é a Hiperautomação?
A hiperautomação refere-se não apenas à amplitude de ferramentas, mas também a todas as etapas da própria automação (descobrir, analisar, projetar, automatizar, medir, monitorar e reavaliar), à estrutura organizacional e à forma como alguns assuntos são tratados nas empresas.
Diferente da abordagem tradicional para automações, o conceito da hiperautomação tem como premissa o uso combinado de tecnologias para execução de tarefas que originalmente exigiam alguma forma de julgamento ou ação humana e que, na maioria das situações, ficavam de fora do escopo da automação tradicional, demandando envolvimento humano.
Portanto, essa nova forma de automatizar processos defende que automações isoladas sejam substituídas por uma plataforma integrada com diferentes tecnologias com funções complementares, evoluindo para um nível capaz de substituir capacidades humanas mais sofisticadas por máquinas. Quando citamos “capacidades humanas” nos referimos, principalmente, às capacidades de aprendizado, julgamento e tomada de decisão.
Como nenhuma ferramenta isolada pode substituir humanos, a hiperautomação hoje envolve uma combinação de ferramentas, incluindo Automação de Processo Robótico (RPA, sigla em inglês), Software de Gerenciamento de Negócios Inteligente (iBPMS, sigla em inglês) e Inteligência Artificial (IA), com o objetivo de tomar decisões cada vez mais orientadas por IA.
– (Gartner Top 10 Strategic Technology Trends for 2020, 2019 )
Quais são os habilitadores para hiperautomação?
Buscando apoiar as empresas no entendimento dos principais aspectos que as habilitam a tratarem o tema, apresentamos alguns pontos de atenção e aspectos que devem ser considerados:
Nova abordagem para entendimento dos desafios:
A abordagem de automação, focada no uso de tecnologias em busca do tratamento de algum desafio isolado de negócio, tem dificultado o crescimento das reais capacidades de automação já presentes no mercado. A hiperautomação requer a seleção das ferramentas e tecnologias certas, de maneira combinada, para o desafio em questão. Compreender a variedade de mecanismos de automação, como eles se relacionam entre si e com os desafios de negócio, e como são coordenados em prol de um resultado, é um dos principais focos da hiperautomação.
Arquiteturas Ágeis:
A capacidade de transformação do negócio gerada pela hiperautomação demanda que a empresa possua uma estrutura ágil para responder às mudanças e transformações dos seus cenários externos e internos. A capacidade de identificar novas oportunidades em seu negócio e ter agilidade para combinar diferentes soluções em prol do resultado esperado é um dos grandes diferenciais da hiperautomação frente à automação tradicional.
Portanto, ao colocarmos a tecnologia no centro das transformações do negócio, é importante que o conceito de agilidade deixe de ser um tema de Tecnologia da Informação e passe a ser tratado como um tema de negócio.
Governança de TI:
Para atender ao novo contexto apresentado, é importante que a empresa tenha uma governança capaz de direcioná-la no caminho correto, apontando mudanças de forma ágil, conduzindo as práticas de gestão dos novos recursos tecnológicos e engajando pessoas em direção a mudanças organizacionais disruptivas. Para tal, sugerimos que as empresas adotem alguns conceitos mais modernos de governança para que a hiperautomação traga os resultados esperados, como:
Fonte: Bridge & Co., 2020.
Conclusão
A hiperautomação pode ser aplicada buscando diferentes ganhos e objetivos de negócio, permitindo que a empresa estabeleça um plano de transformação digital mais maduro. Além disso, ajuda a direcionar temas importantes, como: DigitalOps, que habilita a organização em uma operação digital, reduz custo e aumenta performance de seus processos internos; Customer & Employee Experience, colocando clientes e funcionários no centro das decisões e conhecendo toda sua jornada com a marca; e Digital Twins, permitindo que a empresa crie um modelo de simulação digital de sua organização, fornecendo uma estrutura contextual para os processos de negócios e modelos de decisão.
A hiperautomação, portanto, estabelece um ecossistema de ferramentas, tecnologias, práticas, estratégias e pessoas que, juntas e de maneira integrada, criam uma organização inteligente, ágil e orientada a dados.
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Leonardo Martins é Senior Partner da Bridge & Co. Possui formação em Engenharia de Computação e Informática pela UFRJ e MBA em Gerenciamento de Projetos pelo IBMEC. Com 10+ anos de experiência em projetos de Automação e Digitalização de Processos de Negócio na Bridge e na Accenture, é o responsável pela estruturação dos serviços de Robotização em parceria com os principais fornecedores de tecnologia do mercado de RPA (IBM, Automation Anywhere, UI Path e Blueprism). Acumula diversas certificações de tecnologia como COBIT e ITIL®.