A pandemia gerada pela COVID-19 trouxe consigo uma série de desafios principalmente no que tange à substituição das relações interpessoais por relações promovidas pelo uso da tecnologia. No mundo corporativo não foi diferente: o trabalho remoto passou a ser adotado em larga escala para manter o funcionamento de diversas organizações que operavam de forma presencial até então.
O cenário pandêmico forçou empresas a mudarem sua concepção acerca de seus modelos de trabalho mesmo que momentaneamente. Porém, com o avanço da vacinação e consequente imunização da população mundial, o trabalho presencial volta a ser uma realidade e traz diversos questionamentos acerca do que podemos esperar do modelo de trabalho híbrido para os próximos anos.
Para contribuir com a temática, trouxemos neste post uma análise sobre os principais aprendizados que pudemos extrair durante o período de isolamento, destacando possíveis benefícios e desafios a serem enfrentados para a condução do novo modelo híbrido de trabalho que tem sido adotado por diversas organizações nesta fase de retomada.
A Revolução Híbrida das relações de trabalho:
Comparado a marcos passados que contribuíram para as revoluções Industrial e Digital, um recente estudo publicado pelo Gartner® intitulou a era pós-pandemia como ”Revolução Híbrida” para as formas de trabalho.
Fonte: Adaptado de Gartner®, 2021.
A pandemia, portanto, caracterizou-se como um catalisador para a ocorrência dessa revolução. Os importantes impactos do trabalho remoto para as organizações sugerem que o futuro do trabalho tende a ser ainda mais focado no ser humano, dando a ele o empoderamento e a flexibilidade necessária para gerar valor na ponta de suas atuações.
O que grandes empresas têm a dizer sobre o trabalho híbrido?
Nesse sentido, CEOs de grandes organizações, como a Amazon, Twitter e Google, já afirmaram que pretendem adotar um modelo híbrido de trabalho.
A Microsoft, por exemplo, projeta que trabalhar em casa será o padrão para a maioria dos empregos no futuro. Segundo estudo divulgado pela empresa em janeiro de 2021, o The Work Trend Index, cerca de
dos funcionários de diversas
empresas desejam continuar trabalhando
de forma híbrida.
Já no Brasil, começam a surgir movimentos para a regulação do regime híbrido de trabalho. Por meio do PL 4.098/2021, o Senado pretende avaliar a obrigação da determinação da modalidade de trabalho na própria carteira de trabalho.
Entretanto, quais são os desafios e os possíveis benefícios encontrados nessa nova forma de conduzir as relações laborais?
Possíveis benefícios do trabalho híbrido:
1.
Aumento da produtividade: segundo estudo realizado com cinco mil funcionários e publicado pelo Gartner®, o aumento da flexibilidade implica diretamente na produtividade. Isso demostra que o empoderamento e a flexibilidade conquistados pelos colaboradores com a possibilidade de uma atuação remota, ou híbrida, são fatores importantes para o aumento na geração de resultados reais.
2.
Mais conforto e incentivo ao sentimento de dono por parte dos colaboradores: o ambiente proporcionado pelo conforto de sua própria casa auxilia a eliminar possíveis pressões geradas pelo ambiente de trabalho, fazendo com que os indivíduos sintam-se mais à vontade para desempenhar suas funções.
3.
Quebra de barreiras físicas possibilitando a busca de profissionais em diversos lugares: o mercado de tecnologia tem enfrentado uma escassez em mão de obra qualificada e a possibilidade de contratar profissionais de diferentes regiões será uma ótima oportunidade para as empresas atingirem o nível esperado em suas contratações. Em nossos clientes, e até mesmo internamente, tem sido cada vez mais comum a presença de colaboradores de diversos estados e até mesmo de fora do país.
4.
Redução da emissão de gases estufa, como o gás carbônico (CO2), que contribuem para o aquecimento global: devido a um menor fluxo de deslocamentos casa-trabalho, a Agência Francesa de Transição Ecológica (L’ADEM) estima que um dia de trabalho remoto por semana reduza a emissão de 187 kg equivalentes de CO2.
Possíveis desafios do trabalho híbrido:
1.
Dificuldade em estabelecer conexões reais com os colegas de trabalho: em função da distância física e limitação dos momentos de interação que ocorrem com maior frequência num modelo 100% presencial.
2.
Enfrentar a abundância de reuniões virtuais, que podem gerar uma alta sobrecarga dos colaboradores: de acordo com o The Work Trend Index survey (Microsoft, 2021) realizado com mais de 30 mil colaboradores, o tempo gasto em reuniões mais do que dobrou em relação ao ano anterior. Mais do que nunca, é preciso entender a necessidade e a importância do assunto a ser tratado para definir se a reunião é realmente necessária.
3.
Formação de silos nas empresas: a distância física pode aproximar mais as equipes que atuam em conjunto e isolá-las dos outros times da organização.
4.
Dificuldade para medir a sobrecarga de trabalho enfrentada por cada colaborador: no dia a dia presencial, uma simples conversa durante um café pode ser suficiente para entender o sentimento e o desgaste de cada um, algo que não é tão simples no trabalho híbrido.
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Por isso, é importante utilizar meios para mapear os sentimentos e a sobrecarga dos colaboradores. Exemplos: plataformas como a Qulture Rocks®, Pulses® ou formulários do Google. A partir dos insumos gerados pelas pesquisas de clima organizacional, a organização terá um direcionamento acerca de como a condução do trabalho vem sendo feita e o que precisa de atenção.
5.
Prover todas as condições de trabalho necessárias para um bom desempenho na fase remota: uma boa conexão à internet, mouse e fones de ouvido são alguns exemplos de itens necessários para um bom desempenho nesse modelo de trabalho.
Na Bridge & Co.: nosso modelo de trabalho
Em uma pesquisa realizada internamente com nossos colaboradores, mais de 90% concordaram que o modelo híbrido de trabalho os atende perfeitamente.
Considerando que a imunização completa da população brasileira ainda não atingiu 70% – e que, por ora, não se tem confirmado cientificamente qual seria o percentual de segurança a ser atingido – , somado ao resultado da pesquisa e os potenciais benefícios desse modelo de trabalho, a Bridge tem considerado o modelo híbrido como o mais adequado para o próximo ano.
Nesse sentido, nosso escritório servirá como base para times de projetos e equipes se encontrarem periodicamente, de acordo com a demanda de cada grupo e sem obrigatoriedade. Dessa forma, os colaboradores poderão desempenhar suas funções de suas casas (ou de acordo com a demanda do cliente), indo ao escritório apenas em situações pontuais de seus projetos.
Sabemos que essa decisão vai além das preferências e está diretamente relacionada ao tipo de operação do negócio. O ramo de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, permite às empresas desempenharem, de forma geral, seus papéis remotamente.
No entanto, a tendência é que esse modelo laboral se estabeleça nos próximos anos, tornando-se um diferencial para as organizações que souberem se adaptar.
Caso queira saber mais sobre as vagas abertas na Bridge & Co., acesse a plataforma na Gupy e venha fazer parte do nosso time!
Rafael Ferreira é líder de projetos na Bridge & Co. É formado em Ciências Econômicas pela PUC-Campinas e possui certificações Green Belt Lean Six Sigma e ITIL 4 Foundation. Gerencia equipes com foco em gestão de projetos e processos de TI e negócios e gestão de serviços de TI nas unidades de Consulting e Operations.
Eduardo Leme atua em projetos com foco em gerenciamento de projetos e melhorias de processos em clientes dos setores público e privado. Atualmente, cursa Engenharia Química na UFRJ.