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No cerne das organizações está a preocupação com a Transformação Digital. A partir disso, investimentos são direcionados para melhorar processos e desenvolver novas tecnologias. Porém, pela tríade da Transformação Digital proposta pelo Gartner, tão importante quanto as duas variáveis citadas relacionadas a processos e tecnologia, o investimento em pessoas também é essencial.

No artigo Prove and Improve L&D (Learning and Development) Effectiveness do Gartner, verificou-se que 86% dos líderes de negócio acreditam que o desenvolvimento de pessoas é crítico para a obtenção de resultados das empresas, mas, em contrapartida, dois terços dos gastos com L&D vão para programas de treinamento redundantes ou de baixa qualidade, dificultando a implementação de uma Gestão do Conhecimento eficaz.

Gerenciar atividades que resultem em produção, renovação, transferência, captação e retenção de conhecimento formam as frentes da Gestão do Conhecimento. Em artigo da HBR, foram citadas práticas que vêm ganhando destaque no mercado, como iniciativas de aprendizado imersivo, nas quais são empregadas tecnologias de realidade aumentada e realidade virtual nos cursos de habilidades cognitivas. Além destas, pode-se destacar a tendência da gamificação, na qual são utilizados recursos lúdicos para melhorar a experiência de aprendizagem.

Um método não tão inovador, embora difundido no mercado, é a aprendizagem 70/20/10, que possibilita maior absorção do conteúdo e nivela de maneira mais eficaz o conhecimento já adquirido. Este método foca no aprendizado prático, defendendo que, aproximadamente, 10% do tempo de aprendizado deve ser gasto estudando a teoria, enquanto em 20% do tempo a pessoa deve assistir  a aplicação da teoria e nos 70% restantes deve praticar o conhecimento adquirido em seu dia a dia de trabalho.

Estudar teoria

Assistir aplicação da teoria

Aplicar teoria no dia a dia de trabalho

Aprendizado

Ciente da importância em investir nas pessoas, a Bridge desenvolveu um programa de Gestão do Conhecimento com diversas iniciativas interligadas e aderentes ao seu valor de “Excelência no Conhecimento”. A grande mudança de chave ocorreu quando, seguindo a tendência de democratização do conhecimento ressaltada pelo Gartner e outros gurus da tecnologia, através de uma plataforma própria, diversos conteúdos foram disponibilizados para o time de forma livre e gratuita. A partir desta iniciativa desenvolvida pelo Bridge Academy, Centro de Excelência no Conhecimento da Bridge, com a colaboração de diversos membros do time, todos da empresa passaram a ter acesso a treinamentos, vídeos, webinars, e-books e outros conteúdos fundamentais para seu dia a dia de trabalho.

A maior parte do conteúdo é produzida por consultores mais experientes, o que potencializa o desenvolvimento e a disseminação de uma cultura de estudo. Além disso, a comunicação e o formato dos treinamentos seguem o padrão de qualidade e valores da empresa. Pessoas com mais experiência sabem, de maneira assertiva, qual tópico será mais importante e o nível de formalidade para conversar com os mais novos.

Aqui destacamos três tópicos a serem considerados no desenvolvimento e implementação de práticas de Gestão do Conhecimento:

Estrutura

O conhecimento explícito precisa estar organizado e estruturado de maneira a fazer sentido para as pessoas que estão buscando conteúdo e para a empresa, a qual precisa direcionar os assuntos mais importantes. Na Bridge, foi desenvolvida a Trilha do Conhecimento, que consiste em conteúdos disponíveis de forma online em “trilhas”, as quais agrupam temas estratégicos e são divididas em níveis, com o objetivo de facilitar a jornada individual de cada pessoa na obtenção de conhecimento.

Além disso, foram disponibilizados cursos lúdicos, que não estão relacionados diretamente ao core da Bridge, como técnicas de comunicação, apresentação e finanças. Com isso e com a nova ferramenta de transmissão de cursos, a interação entre pessoas de diferentes áreas foi ampliada.

Controle

Mesmo que o modus operandi da organização incentive a excelência técnica, apenas com certo controle ela será atingida. Da mesma forma que os profissionais devem ter metas associadas a resultados e vendas, é importante definir critérios mínimos a serem seguidos em relação à conclusão de cursos e aprendizagem.

Os critérios de obrigatoriedade definidos na Bridge variam de acordo com os cargos dentro da companhia. Assim sendo, cada um sabe a quantidade de cursos que precisa ser concluída em determinado tempo de acordo com o seu cargo. Os estagiários recebem menos cursos, por já possuírem obrigações acadêmicas, e os demais recebem uma quantidade que varia com relação às atribuições e conteúdos que precisam ser aprendidos.

Comunicação

Trazendo a realidade dos projetos que desenvolvemos na Bridge, de nada adianta um trabalho com excelência técnica se a implementação não receber o mesmo empenho. Para promover a aderência de todos nas iniciativas relacionadas à Gestão do Conhecimento, é preciso utilizar um plano de comunicação efetivo.  A utilização de e-mails informativos com periodicidade determinada e dashboards com indicadores para consulta consistem em exemplos de boas práticas para esclarecimento de dúvidas, controle e melhoria dos programas.

A implementação dos pontos acima potencializou a troca e absorção de conhecimento. Os cursos lúdicos, em sinergia com demais conteúdos, resultaram não só em qualificação das equipes, mas também em maior motivação e aderência ao programa por agregar valor à vida pessoal. A Trilha do Conhecimento teve aderência de 93% das pessoas em seu primeiro ano de existência, de acordo com os critérios mínimos de conclusão de cursos.

Por fim, observa-se que iniciativas como as citadas aqui vão além de melhorar pontualmente a entrega de projetos. O investimento em conhecimento possibilita resultados consistentes e sustentáveis que perduram na empresa por anos e podem ser percebidos na entrega de valor final para o time e para os clientes.

Ditter Gertners é Engenheiro de Produção formado pela UFF e Coordenador do Bridge Academy. Tem expertise na área de gerenciamento de projetos e gestão ágil e é responsável pelo Centro de Excelência em Conhecimento da Bridge Consulting.

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