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Todos os anos, quando é chegado o último trimestre, começam a ser liberadas as publicações que apontam as principais tendências tecnológicas para o ano seguinte. Em certos anos, tecnologias disruptivas tomam a cena e viram o centro das atenções. Em outros, evoluções graduais de tecnologias vigentes passam por um retrofit e são lançadas como novidade para girar toda a roda de marketing e consumo.
Ao longo das últimas décadas, vimos tecnologias disruptivas transformando o cenário das empresas e guiando suas decisões de investimento. Dentre as principais, os Smartphones e a Cloud Computing despontam como aquelas que mais alteraram os modelos de negócio das empresas e o consumo das pessoas. Até agora.
O advento da Inteligência Artificial (IA) Generativa veio com tamanha força que especialistas mundo afora apontam que seus impactos serão maiores em escala e alcance do que tudo que já vimos passar nos Hype Cycles.
Se voltarmos cerca de três anos, no início de 2020, estávamos envoltos em uma série de discussões sobre NFTs (non-fungible token), Metaverso, Hiperautomação e uma série de outros termos. Não se pode dizer que essas tecnologias saem de cena, mas com certeza seus brilhos foram ofuscados com a subida ao palco da IA Generativa.
Figura 1 Top Strategic Technology Trends for 2024, Gartner Group ® (2023)
Cyber Segurança será sempre tendência e prioridade de investimentos, na medida em que o uso de tecnologia avança nas empresas e nas nossas vidas pessoais. Quanto mais dependentes de tecnologia formos para produzir e para viver, mais teremos que nos preocupar com privacidade e segurança cibernética.
Computação em nuvem também é outro tema perene ano após ano. Entendido como o lugar comum dos projetos de arquitetura tecnológica e o meio pelo qual se viabilizam os modelos de negócios digitais atuais, esse item tem cadeira cativa nos relatórios globais.
De resto, saem tendências bastante discutidas nos últimos três anos e nasce a dominância da Inteligência Artificial, principalmente a generativa. O motivo pelo qual a IA Generativa vem ganhando tanta força passa pela democratização do seu uso.

A dominância da Inteligência Artificial

Até pouco tempo, IA era vista como algo muito técnico que a maioria da população mundial não entendia e que via como algo futurístico, típico das obras de Asimov. Quando um site gratuito começa a responder perguntas feitas em linguagem natural, confundindo nossos sentidos em relação à distinção do que é real e o que é artificial, o jogo muda. A forma fluida, adaptável e simples dos modelos de LLM (Large Language Model) funcionarem impressionou bilhões de pessoas no mundo.
Quando uma tecnologia promissora tem a capacidade de impressionar essa magnitude populacional em tão pouco tempo, a chance de estarmos nos deparando com um momento de virada de era é grande. Klaus Schwab, idealizador e uma das principais mentes do Fórum Econômico Mundial, apresentou no livro “A 4ª Revolução Industrial” que a Inteligência Artificial e a automação inteligente seriam as grandes forças que iriam alterar grande parte do que entendemos hoje como vida moderna.
A descoberta de novos tratamentos médicos; a criação de novos medicamentos; a construção de novos materiais sintéticos; o entendimento mais profundo de como funciona o nosso universo e a matéria; o mergulho no conhecimento sobre o universo quântico; to
dos esses são exemplos do que está por vir com o avanço da IA, não apenas a generativa.
Porém, para a maioria das pessoas, essas aplicações são distantes do cotidiano, apesar de muito importantes. Quando a IA Generativa toca o dia a dia do cidadão comum, tudo muda.

Mudanças no cotidiano

Estudar nunca mais será a mesma coisa

Modelos como ChatGPT e Bard respondem praticamente qualquer pergunta que um aluno de ensino fundamental ou de graduação faça. Com linguagem acessível e rapidez de resposta surpreendente, abrir um livro ou um PDF para procurar conhecimento já parece coisa do passado.

Escrever um romance é para todos

Peça para algum desses modelos te ajudar na concepção de uma trama policial envolvendo dois amantes, um cenário sombrio e um mistério para resolver. Não é mais necessário ter grandes momentos de criatividade. Basta provocar corretamente a máquina e ela lhe guiará pelo enredo.

Compor uma música ou escrever uma letra pode ser feito em minutos

Escolha um estilo, dê dicas sobre referências, preferências e temas. Oriente a IA Generativa e ela lhe trará propostas bem razoáveis de melodias e letras musicais.

Dar orientação jurídica à população é algo que os robôs farão melhor do que os assistentes jurídicos

Com maior alcance a documentos, sem limites de acesso a dados, com rapidez colossal para sintetizar tudo que há publicado sobre um tema, os assistentes jurídicos robotizados com IA tendem a ser um grande problema para os profissionais que atuam no aconselhamento jurídico mais simples.

Seu assessor de investimentos robótico com IA lhe dará sugestões mais maduras do que muitos humanos hoje fazem

Tudo isso porque o acesso a dados históricos, balanços, variáveis econômicas disponíveis e todo o restante de notícias que circula pela internet pode ser digerido em segundos por modelos baseados em aprendizagem de máquina. Essas informações, traduzidas em linguagem natural, poderão ajudar um professor universitário a mudar sua estratégia de investimentos sem a necessidade de um humano no processo.

Os 3 principais casos de uso identificados para a IA

Essa lista poderia ser bem mais extensa uma vez que as aplicações estão cada dia mais avançando para diferentes áreas como geração de conteúdo, publicidade, saúde, entre outras.

Segundo o Gartner Group®, os três principais casos de uso identificados para a IA nos próximos anos de acordo com entrevistas com executivos de empresas são:

Transformar/otimizar as operações da empresa

Personalizar produtos e serviços

Criar novos canais de receita

Para os profissionais de tecnologia, a IA Generativa já está tendo um efeito transformador. Da necessidade de amplo domínio de linguagens de programação, passando agora por arquiteturas Low/No-Code, chegando até o cenário breve de “Text-to-Code”. Esse novo patamar tecnológico trará profundas mudanças no mercado de trabalho, na aceleração e democratização do uso de tecnologia pelas empresas. De acordo com Andrej Karpathy (ex-Diretor de IA da Tesla e Cientista do OpenAI)a linguagem de programação mais popular do mundo será o inglês”.

Conclusão

Diferente de outros anos, 2024 parece ser um ano mais simples em termos de “o que fazer com tecnologia no ano que vem?”. A resposta é:

  • junte o seu time de alta gestão e promova um amplo e profundo debate, tentando prever quais impactos a IA terá no seu negócio neste novo ciclo.
  • Levante o máximo possível de dados sobre casos reais, tendências, concorrentes e parceiros.
  • Monte cenários de aplicação do uso de IA avançado na sua empresa. Construa business cases para cada cenário.
  • Alinhe o business case à sua estratégia de negócio e faça apostas para entrar com tudo na experimentação e adoção de IA generativa na sua organização.

Mas, lembre-se: por mais tentador que seja testar e usar as novas tecnologias de forma ágil e experimental, o que vai diferenciar o resultado na ponta é o exercício de alinhamento com a estratégia.

Aqui na Bridge, estamos vivenciando no nosso dia a dia diversos projetos com clientes de diferentes setores sobre IA. Se quiser saber mais sobre o assunto, será um prazer agendarmos uma conversa.

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É Sócio-Diretor e Líder de Governança de TI e ITSM da Bridge & Co. É mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, auditor ISO 20.000, certificado ITIL Expert e CGEIT, entre outras. É professor de pós-graduação em Estratégia e Governança de TI em instituições como UFRJ, UFJF e FGV. Possui experiência em projetos de grande porte de transformação digital, desenho organizacional de áreas de TI e elaboração de processos orçamentários para Tecnologia da Informação.

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