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A jornada ágil requer adaptação e precisa ser encarada como um processo evolutivo e não um estado definitivo. Entretanto, muitas organizações seguem com a mesma estrutura, premissas e rotinas durante anos após a implantação de algumas iniciativas ou metodologias ágeis. Com isso, após algum tempo, percebe-se que a geração de valor das equipes para o consumidor final vai se estabilizando ou até mesmo reduzindo, chegando a ser questionada algumas vezes.

Tendências do State of Agile e a jornada ágil

A 17ª edição do State of Agile, um dos relatórios de referência sobre implementação ágil nas organizações, apontou que 43% das organizações entrevistadas consideram a satisfação do consumidor final como o principal impulsionador na priorização de esforços de desenvolvimento e metas de entrega.

No entanto, na prática, vemos organizações não conseguindo atingir esse driver de valor por insistirem em estruturas ou estratégias ágeis ultrapassadas para o seu momento atual.

Recentemente, passamos por alguns projetos onde nossos clientes entenderam exatamente esse ponto: suas estruturas ágeis já não estavam mais adequadas aos objetivos de suas organizações fazendo com que a entrega de valor ficasse abaixo do potencial desejado. Optando, portanto, pelo redesenho de suas squads, dos papéis e responsabilidades dos times e de suas metodologias e rotinas.

Vale destacar que, segundo o 17th State of Agile, em 2022 mais de sete em cada dez entrevistados disseram estar satisfeitos com as práticas ágeis em suas organizações, enquanto em 2023 o número caiu para três em cinco.

Vídeo – “Tendências e desafios da agilidade nas organizações”

Sete dicas para a reestruturação ágil

Para enfrentar esse momento de queda de geração de valor da agilidade, indicamos que as organizações considerem incrementar a metodologia utilizada, revisando suas práticas e a composição dos seus times.

Nesse momento de revisão da estrutura, precisamos entender claramente os objetivos da empresa com a reorganização para que o melhor modelo possa ser desenhado.

A seguir, trazemos sete dicas que podem auxiliar as organizações na jornada de reestruturação ágil:

Alinhamento de expectativas

Toda mudança organizacional visa atender a alguma expectativa. Entretanto, para conseguir ser priorizada e efetivada é importante que também esteja alinhada à estratégia da organização.
Neste sentido, é preciso entender a motivação da mudança da estrutura ágil para que a melhor estratégia e frameworks possam ser aplicados. Dessa forma, as equipes poderão ser redivididas de forma a proporcionar a maior entrega de valor possível ao negócio.

Desenho da estrutura

Após os alinhamentos dos objetivos da reestruturação, é possível iniciar as discussões de estrutura em si, buscando alinhar os produtos e equipes responsáveis.
Para isso, podem ser utilizadas técnicas de entendimento da jornada do cliente para visualização da entrega de valor ponta a ponta da organização, pensando e estruturando algumas alternativas de cenários, visando sempre mitigar riscos e dependências, além de potencializar a estratégia da empresa.

Definição de papéis e responsabilidades

Com o entendimento das dores, expectativas e da nova estrutura proposta, é o momento de entender quais são os papéis e as responsabilidades já existentes na organização para analisar gaps e/ou sobreposições.
O objetivo é pensar como as equipes podem ser divididas em termos de papéis e responsabilidades para operar a estrutura proposta. Partindo de uma estrutura ideal desenhada, é possível entender quais são as limitações da organização, em termos financeiros e de pessoas, para atendimento da estrutura, definindo os papéis mínimos, possibilidades de terceirização ou mesmo compartilhamento entre equipes.

Estruturação de capítulos

A estruturação de capítulos de forma transversal aos times visa potencializar discussões sobre métodos e boas práticas em cima de temas importantes para aprimoramento da maturidade. Nesse sentido, sugerimos entender quais os capítulos técnicos devem ser aplicados na organização para amadurecimento das boas práticas ágeis de forma a fomentar as discussões entre as equipes e garantir a melhoria contínua do modelo.

Ritos, cerimônias e metodologia

Os ritos e as cerimônias desempenham um papel fundamental para a comunicação entre as equipes e acompanhamento da evolução de maturidade dos times. Além disso, a metodologia ajuda a determinar os processos esperados para a execução do trabalho.

Recomendamos que os ritos e as cerimônias do novo modelo sejam definidos considerando a metodologia e estrutura adotadas pela organização, além dos papéis e responsabilidades.

Artefatos

De forma a apoiar a estrutura desenvolvida, deve-se pensar nos artefatos de apoio para padronizar o trabalho das equipes e consolidar a metodologia.

Importante que sejam avaliadas as ferramentas de apoio ao preenchimento das informações, entendendo a realidade de cada organização.

Indicadores

Definir quais indicadores serão estabelecidos para a organização e quais as metas a serem atingidas será fundamental para avaliar os impactos das mudanças implementadas e identificação de necessidades de mudanças futuras.

Considerações finais

Ao longo dessa jornada de reestruturação, não podemos esquecer que toda transformação organizacional pode impactar a cultura praticada pela organização. Por isso, a participação ativa das lideranças – trazendo transparência sobre expectativas e propósito – é um fator decisivo para motivar e engajar as equipes, além de ser fundamental para o resultado almejado.
Mesmo após a reorganização da estrutura ágil, a empresa deverá evoluir continuamente o novo modelo. Com novos contextos, crescimento e mudança de estratégia, eventualmente será necessário revisitar a estrutura proposta.
Este é o momento ideal para remodelar sua operação ágil?
A Bridge & Co. atua na estratégia e implantação de modelos ágeis, bem como na alocação de profissionais especialistas no tema. Se quiser saber mais sobre como podemos te apoiar nessa jornada, entre em contato conosco para continuarmos essa conversa.
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É Sócia-Executiva da Bridge Consulting, formada em Engenharia de Produção pela UFRJ e certificada como Scrum Master, Product Owner, Scrum Foundation e ITIL®. Atualmente, é responsável por gerenciar contas de grande porte em organizações públicas e privadas, possuindo experiência em projetos de transformação ágil, melhoria de processos de negócios, gestão de serviços de TI e transformação digital.

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